Nas minhas andanças por essa cidade, encontro todo tipo de coisa. Arrasto minha percata, por calçadas acidentadas e, de mãos nos bolsos, vou em busca de meus fascínios, contemplando faces e formas por onde passo. A coisa mais notável num fim de semana soteropolitano são bares e danças. Por estes eu passo reto. Confesso que sempre gostei de balançar o esqueleto. Em casa, é claro. Não me sinto atraído por danças estimuladas por bebidas inebriantes. Mas confesso que a arte de dominar o próprio corpo e ensiná-lo a mexer-se pautado numa música de qualidade, é um dos meus fascínios. Por até então não tê-lo achado, continuei andando.
Andei tanto em busca de algo, que só encontrei parado, e pelo qual fui surpreendido (Ironias da vida). Foi então que encontrei a bailarina. Já tinha ouvido falar de ballet, já tinha visto alguns flashs na tevê, mas nunca tinha parado para ver o que era de verdade. Fui surpreendido com uma dança espetacular de movmentos preciso e sincronizados, docemente embalado por um Tchaikovsky ou Rachmaninoff. Conversamos encostados numa barra, coincidentemente semelhante as usadas num estúdio. Desde então tenho acompanhado seus movimentos rápidos e pre cisos. Não tão de perto como gostaria. Ela é professora, uma das melhores. Mas não arrisco a fazer aulas, acho que minha barriga me levaria ao chão todo momento. Por enquanto, me contento em mover meus olhos em varias direções, acompanhando o tilintar de seu corpo flexível, em meio a fouettés, pliés e saltos.
Finalmente pus fim a minha incansável busca.
A bailarina com quem me encontrei, ou melhor, fui surpreendido, deixo aqui meu votos de sucesso. E digo que admiro cada centímetro de seus precisos movimentos, e que com todo o respeito, são um dos meus fascínios.