A Firma do Conhecimento

Acordo cedo todos os dias. Me arrumo, vou para Faculdade. Lá encontro todo o tipo de pessoas, dos esforçados aos desinteressados, dos néscios aos sábios. Transito entre todos com elegância, ajudando os querem ser ajudados. Devido a um mundo apoucado, tenho medo da ignorância – por isso vivo lendo. E por causa disso, gosto de bibliotecas – desde meu ensino médio. Sempre as vi como lar dos saberes, o recanto dos sábios; o bar em que os intelectuais se inebriam de conhecimento e que, em vários porres de plena lucidez do saber, bazofiam palavras que mudam o mundo. E foi neste cenário que vivenciei um dos melhores debate que tive.

Terminei minha aula de matemática e entrei na biblioteca subindo para o mesanino, em busca de um lugar para me embriagar de conhecimento. Fui supreendido por um grupo de estudantes que se reuniu ali para vomitar inteligência em cabeças abertas. Um biólogo, analistas de T.I, as meninas do RH, o cara do Direito. Ouvi sua conversa de relance, e num colocar de mochila no chão para ajeitar os panos que vestia, espirrei uma idéia. Foi o suficiente. Quando me toquei, já tinha uma hora de pura conversa de qualidade. E isso é o barato de um debate saudável. Saber ouvir e argumentar, ver os outros concordarem com você e você concordar com eles. E quando discordar, respeitar.

Chegamos a brincar que, devido a diversidade de profissões e se nada desse certo, montaríamos uma firma. Digo a eles que essa idéia ainda está de pé. Digo ainda mais, ela já é uma realidade. É a nossa camaradagem intelectual, nossa Firma do Conhecimento.

Publicado por Rique Marcel

Escritos de um homem solitário e pensador, que anseia ver o mundo com olhos diferentes. Ver do mundo mais do que ele é.

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